
A nova sede do Clube do Choro de Brasília foi inaugurada no noite desta quinta-feira, dia 9, com apresentações do músico instrumentista baiano, Armandinho, e da BigBand Mantiqueira, de São Paulo. O projeto arquitetônico foi um presente do famoso artífice de Brasília, Oscar Niemeyer, ao presidente do clube, Reco do Bandolim.

O prédio foi projetado para abrigar o Espaço Cultural do Choro e a Escola de Música Raphael Rabello, que hoje conta com 1,5 mil alunos.
Foi uma noite de espetáculos dedicada a uma plateia de músicos, alunos e autoridades convidadas, com muitas improvisações, no melhor estilo musical do Choro, considerado o Jazz da música brasileira. Entre o público convidado estavam presentes a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e o secretário Executivo do ministério, Vitor Ortiz, além do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, o secretário de Cultura distrital, Hamilton Pereira e o senador Cristóvão Buarque.
Armandinho foi o convidado de honra na inauguração do novo espaço cultural em Brasília. Reco do Bandolim disse que o convite para ele abrir as apresentações musicais da noite foi o pagamento de uma dívida de gratidão com o artista, que em 1993, dedicou a bilheteria de um show realizado em Brasília, na companhia do violonista Raphael Rabello, para a reforma da antiga sede do Clube do Choro.
Público prestigia as apresentações da festa
O guitarrista solou o Bolero de Ravel, na guitarra havaiana, acompanhado por uma percussão em ritmo do Axé Baiano, feita pelo grupo musical da casa, Choro Livre, uma brincadeira em homenagem ao estado natal do instrumentista. A Banda de Mantiqueira, apesar de apresentar um repertório mais tradicional, com interpretações de músicas de Tom Jobim, Pixinguinha, Dorival Cayme e Cartola, também caiu na improvisação no final do espetáculo, e executou um duelo entre a guitarra de Armandinho e a Clarineta do músico Nailor Azevedo, conhecido pelo apelido de Proveta.
Emocionado com a ocasião, o presidente do Clube do Choro de Brasília fez vários agradecimentos a amigos e personalidades da vida pública do país que o ajudaram a concretizar o grande sonho de erguer a sede definitiva da música instrumental da cidade. Ele agradeceu aos ex-ministros Gilberto Gil, Juca Ferreira, e a atual ministra, Ana de Hollanda, pelo apoio recebido do Ministério da Cultura (MinC). A Pasta financiou a aquisição dos equipamentos de som, iluminação, video e computadores do Espaço Cultural do Choro, além do mobiliário da Escola Raphael Rabello.
Ana de Hollanda, ao lado de Hamilton Pereira, secretário de cultura do Distrito Federal e de José Geraldo, reitor na UnB
A tradição musical do Choro, em Brasília, nasceu com o gosto dos pioneiros da construção da Cidade, que costumavam se reunir em casa de amigos para tocarem a música. Em 1977, os chorões ganharam do então governador do Distrito Federal, uma sede própria, um espaço subterrâneo, antigo vestuário dos funcionários do Centro de Convenções da Cidade. Com o passar dos anos, o clube se consolidou como expressão cultural da Capital Brasileira. Foi tombado como Patrimônio Imaterial de Brasília e recebeu a comenda da Ordem do Mérito Cultural, em 2009.
Em sua fala, na abertura da festividade, Reco disse estar vivenciando um momento em que a realidade superava o sonho e que a partir daquela data, não só a expressão musical do Choro em Brasília, mas todos os ritmos musicais passavam a contar com um abrigo perene na Capital da República. Ele informou, ainda, que o espaço vai sediar um Centro de Referência sobre o Choro, com cópias digitalizadas de todas as produções musicais contidas nos acervos da Biblioteca Nacional, do Museu da Imagem e do Som e do Arquivo Nacional. O material será fornecido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).
Texto: Patrícia Saldanha, Comunicação Social, MinC
Fotos: Ivaldo Cavalcante
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