quinta-feira, 19 de abril de 2012

Carta aos Trabalhadores da Cultura


Cultura Estatal?
           
Durante a 3º Conferencia Municipal de Cultura de Palmas, além dos vários questionamentos de representantes dos movimentos da sociedade civil, foi trazido para a discussão através do Sindicato dos Músicos a Lei nº 204 de 27 de maio de 1992 de Palmas que tratava de incentivos fiscais no âmbito municipal (ISSQN e IPTU) para apoiadores da cultura.

            O fato é que a referida lei foi revogada através do artigo 27 da Lei Complementar nº 137 de 18 de junho de 2007 que criou a Fundação Cultural de Palmas.

            A justificativa para tal revogação, segundo um dos diretores da fundação cultural o Sr. Cícero Belém, é que na época foi realizado um estudo junto à secretaria de finanças que demonstrou a proposta sendo inviável e irrelevante na época.

            Diferente de quase todas as outras capitais de nosso país, Palmas adotou um sistema exclusivamente estatal, abandonando a possibilidade de realização de patrocínios através de incentivos fiscais para empresas do segmento de serviços, entre elas as de hospitalidade, turismos entre outras.

            O grande problema em ter adotado um sistema de investimento através de um fundo e abandonado a Lei de incentivos, é que não está claro na lei atual quantos editais de cultura para todas as áreas a Fundação Cultural estaria obrigada a realizar anualmente. Mesmo no Ministério da Cultura a questão do sistema nacional de cultura, o fundo nacional de cultura e Lei de incentivos federal não é unanimidade, é um processo que ainda não está claro e definido.

            Não existe ainda previsão de datas para que o sistema seja efetivamente implantado, não existe previsão de transferência de fundo para fundos.

            Para que quaisquer dos sistemas venham a funcionar efetivamente seria necessária maior clareza quanto à realização de edital e ampla publicidade dos mesmos, além de concursos públicos para a área da gestão cultural.

            Ficou claro e evidente que nos últimos 3 anos da gestão atual do município de Palmas houve uma carência de investimentos na área de cultura e turismo, faltou entrosamento entre a gestão, produtores, artistas e possíveis investidores do setor privado.        

            Para que os sistemas de cultura sejam efetivados é essencial também o fortalecimento dos conselhos, e torna-los instrumentos de participação e ferramenta de controle social.
           
            A discussão referente aos investimentos para a área de turismo e cultura de Palmas através da lei de incentivo deve prosseguir com reuniões com o Secretário de Indústria e Comercio do Município, Presidente da Fundação Cultural de Palmas, Sindicatos Patronal e de Labor e Associações para apresentação de uma proposta de novo texto de lei para a Câmara Municipal de Palmas. 

Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Tocantins – SINDIMUSI-TO

Nenhum comentário:

Postar um comentário