quinta-feira, 18 de abril de 2013

Câmara Municipal de Palmas aprova alteração no Plano Plurianual e retira recursos destinados à Cultura.


Foi aprovado no último dia 8 de abril a alteração na Lei 1.946, de 31 de dezembro de 2012, que dispõe sobre o Plano Plurianual 2010/2013, no que se refere aos programas e ações das diversas unidades orçamentárias.

Foram suprimidos na alteração os seguintes itens:

UNIDADE GESTORA: 6800 - FUNDO MUNICIPAL DA CULTURA
Todas as atividades e projetos. R$ 100.000,00

UNIDADE GESTORA: 7100 - FUNDAÇÃO CULTURAL DE PALMAS
Todas as atividades e projetos. R$ 5.301.520,00

A pergunta que não se cala é: qual será a unidade gestora responsável pelos recursos e desenvolvimento das atividades, e o porquê desta alteração?

Seria a incompetência da atual gestão cultural?

E quanto ao Fundo Municipal de Cultura?

Existe uma lei que regulamenta o Fundo Municipal de Cultura, porém não existe uma unidade orçamentária, uma situação um tanto contraditória, justamente no período que antecede as Conferências de Cultura.

Estaria o Município de Palmas quebrando o pacto Federativo do Sistema Nacional com esta atitude?

Não se sabe ainda as conseqüências desta mudança no Sistema Municipal de Cultura, porém é necessário algum esclarecimento do que se planeja fazer das Políticas Públicas para a Cultura.

Outro fato interessante a se considerar é o desentrosamento da Fundação Cultural do Município quanto às ações da Prefeitura.

Ficou evidente no Carnaval 2013 a existência de duas frentes, uma com a programação oficial de Taquarussu, onde houve a contratação pela Fundação Cultural, e outra programação patrocinada pela iniciativa privada, com festas na praia das Arnos (região norte), Taquari e alguns shows em Taquarussu – como se uma atividade fosse estritamente cultural e outra, uma ação de cultura de massas; um conceito um tanto perigoso, beirando a segregação cultural. Equivale a dizer que a música erudita só se encaixa em teatros e eventos cult, e a música popular, em festas, casas de shows, bares – uma cultura de primeira categoria e outra de segunda, ideologia extremamente retrógrada.

O que existe hoje em Palmas e no Tocantins é uma elite cultural medíocre, remanescente da época em que toda expressão cultural tinha que ser bancada diretamente em sistema de balcão; que em troca, exigia que seus símbolos fossem citados, e que desconhece a nova geração de artistas: que renova-se em si mesma, e é constituída por músicos e outros artistas que atuam numa espécie de underground cultural, resistentes a fazer música (ou outras formas de arte) falando de girassóis para conseguir apoio do poder público.

Os gestores de cultura devem abrir seus olhos para o fato de que o país passa pela implantação de um Sistema Nacional de Cultura, onde as ações são percebidas sob três aspectos, Simbólico, Econômico e Cidadão, que apesar de distintos, têm de ser considerados em conjunto e equilíbrio. Esses mesmos gestores devem ainda perceber que esta forma de pensar cultura prevê também um sistema transparente e aberto para a participação da sociedade civil, e que em sua concepção, os elementos constitutivos, as normas e procedimentos devem ser seguidos numa gestão compartilhada.

Com a palavra, os Vereadores de Palmas e a Gestão Cultural.


Lei 1.946, de 31 de dezembro de 2012, que dispõe sobre o Plano Plurianual 2010/2013:

Alteração:



Presidente – SINDIMUSI-TO
Membro do Conselho Nacional de Políticas Culturais – CNPC/Minc.

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