quarta-feira, 2 de abril de 2014

SISTEMA ORGÂNICO DO TRABALHO: Arquitetura Crítica e Possibilidades - (Édi Benini)

Tive a oportunidade e o prazer recentemente de ler o livro do professor Édi Benini. Lançado pela editora Icone em 2012, o livro aborda um tema bastante polêmico, o pós-capitalismo e as possibilidades da desalienação do trabalho e outras formas possíveis libertárias da produção; fala da Economia Solidária, do Cooperativismo e de tantos outros assuntos que talvez seja a proposta de uma Arquitetura crítica de possibilidades.

(…) Com isso quero afirmar que a derrota apenas aponta para o fato de que a classe operária ainda não desenvolveu instrumentos suficientemente eficazes de emancipação social e não uma impossibilidade de auto-organização por questões de “natureza humana' ou coisas do gênero. ) Fernando Cláudio Prestes Motta , 1986, p. 61).

É neste tom, de uma citação ilustre que nosso autor começa seu trabalho, dando-nos a impressão de que o livro tratará apenas de questões de ordem partidárias ou de regimes, porém pelo contrario, seu trabalho aborda questões muito mais profundas relacionadas ao futuro e de possibilidades de uma nova forma social de organização humana. Onde as relações podem e deverão serem mais justas até porque se não conseguirmos viver numa sociedade preocupada com a questão da sustentabilidade em algumas décadas ou séculos as disputas pelos recursos serão muito mais conflitantes.

Uma boa leitura segue ao final algumas dicas de onde adquirir o livro.

Luciano de Souza



Sinopse:
Considerando a autogestão como um conceito e práxis que se opõe a alienação do trabalho, logo uma construção histórica que tem no campo das tentativas de trabalho associado suas primeiras manifestações concretas, é que passamos a discutir sobre as condições para uma efetiva autogestão na economia solidária. Nesta perspectiva, ao se problematizar três formas de enfrentamento do trabalho frente ao capital: o reformismo, o estatismo, e a via do trabalho associado (renovada no movimento da economia solidária), transparece que, apensar dos limites de cada uma, somente a economia solidária vem a questionar diretamente as mediações do capital. Na segunda parte do livro, discutem-se as contradições do movimento da economia solidária, ressaltando que a impossibilidade de realização da autogestão reside na fragmentação material e econômica dos empreendimentos econômicos solidários, ou na sua integração por meio das mediações alienadoras do capital. Tal impasse leva a necessidade de criação de novas mediações, a partir dos vários acúmulos já conseguidos nas lutas e tentativas de trabalho associado ou de formas de autogestão. Nesse horizonte, propõe-se nova forma de se conceber a economia solidária, e com isso, reorientar sua práxis, em três novas mediações: propriedade orgânica, renda sistêmica e autogestão societal, bases para um sistema orgânico do trabalho. Na terceira parte discutimos formas de implementação de um autêntico sistema orgânico do trabalho, situando o mesmo no campo dos movimentos sociais e frente ao Estado. Por fim, advogamos que a busca por meios para uma autogestão plena significa, sobretudo, instituir as bases para uma sociedade de fato sustentável e solidária. 



Editoras/ distribuidoras :






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